Os três mundos (material, astral e espiritual) são apenas a projeção da mente. Apenas o que imaginamos na nossa mente é que se manifesta concretamente no mundo do fenômeno. Esta é a Verdade básica. Quando compreendemos esta Verdade básica, notamos que muitas e muitas pessoas estão estupidamente imaginando na sua mente as infelicidades que não desejam. Embora não apreciem a infelicidade, elas estão produzindo-a no mundo da mente.
Se dissermos a uma pessoa infeliz: ”Foi você mesmo que criou a sua infelicidade, e ainda continua criando-a”, ela talvez reconheça que a sua infelicidade do passado tenha sido causada por seus atos do passado, mas estranhará a ideia de que ainda neste momento esteja criando a infelicidade.
Ela pensa que os seus atos ou os seus erros cometidos sejam as únicas causas da infelicidade. Devemos compreender que os nossos atos são consequências e não são causas. O erro, antes de ser praticado no plano visível, já está consumado dentro da mente. Um erro que não existe no mundo da mente jamais poderá manifestar-se externamente como ato concreto, da mesma forma como é impossível nascer uma criança que não foi concebida.
Então, quando é que concebemos uma criança indesejável chamada ”infelicidade”? Todas as vezes que imaginamos a infelicidade, nós a concebemos no ventre da ”lei da mente”. Muitas pessoas poderão contestar: ”Mas eu nunca mentalizei: venha, infelicidade”. Claro, elas nunca mentalizaram isso; mas continuam remoendo na sua mente os prejuízos, os ferimentos, as perseguições, as adversidades, as infelicidades, as humilhações, os rancores e os ódios do passado e ficam atormentando a si próprias. E isso é o mesmo que estarem concebendo agora as infelicidades no mundo da mente. Com o tempo essas infelicidades serão geradas no mundo visível.
O passado já se foi. Não fique reconcebendo no ”mundo mental presente” as infelicidades do passado. As preocupações com as coisas passadas só servem para prejudicar você.
Mais tolo do que aquele que se preocupa com as ”coisas passadas” é aquele que se aflige com as ”coisas do futuro” que ainda nem aconteceram. Aquele que teme as infelicidades que talvez possam acontecer no futuro não só acentua seus sofrimentos espirituais e físicos, como também lança sementes da infelicidade no fértil terreno da imaginação criadora, que cria o futuro. A semente lançada no solo fértil germina infalivelmente. Aquele que se aflige com as ”coisas do futuro” sofre no presente e insemina a infelicidade no ventre do futuro.
Deixe passar tranquilamente as coisas do passado. Receba o futuro como um noivo que recebe a noiva adornada.
Para nós, o presente é como uma vara mágica que faz aparecer tudo que desejamos.
A deusa do destino é como a mãe que dá outro tapa na face da criança que vem chorando e dá lindos presentes à criança sorridente.
Mestre Masaharu Taniguchi
Livro: Seimei no Jissô Vol. 37 Cap. 4 (13 Abril – pag. 112)